PT vai cortejar Ciro Gomes, seu mais importante eleitor. Por Helena Chagas
Publicado originalmente no site Os Divergentes
POR HELENA CHAGAS
Ciro Gomes se reúne com seu grupo político nesta segunda, em Fortaleza, para discutir o apoio a Fernando Haddad no segundo turno. Políticos ligados ao candidato do PDT não têm dúvida de que esse será o caminho, mas não sabem ainda como, quando e em que circunstâncias esse apoio será acertado e anunciado.
Ciro sabe que pode ser hoje o mais importante eleitor de Haddad. Embora não seja o dono absoluto dos votos que recebeu no primeiro turno – como ninguém é -, tem consciência do estrago que produziria se anunciasse neutralidade na disputa entre Haddad e Jair Bolsonaro.
O petista chega ao segundo turno em clara desvantagem numérica, e uma vingança de Ciro pela rasteira que sofreu do PT quando tentou fazer aliança com o PSB, e terminou isolado, seria fatal. Seu apoio a Haddad pode não garantir a vitória, mas é fundamental para chegar a ela.
O PT também sabe disso e, nas últimas horas, vem conversando sobre a melhor estratégia para se reaproximar de Ciro depois das escaramuças da campanha. Caciques do partido lembram seu comportamento no último debate, em que fez duras críticas a Bolsonaro, como um indicativo de que haverá conversa agora. Mas sabem que a muitas arestas a aparar e temem que Ciro, lá com sua razão, vá se fazer um pouco de difícil, quem sabe exigindo que o petista aceite propostas de seu programa e outras concessões.
Por isso, embora a interlocução entre a turma de Ciro e o PT jamais tenha sido interditada, e representantes de um e de outro estejam se falando com certa frequência, esta será uma missão para o próprio Haddad e, quem sabe, para o ex-presidente Lula.
Os aliados de Ciro acreditam que ele não aceitaria um ministério num hipotético governo Haddad que viesse a ser eleito com seu apoio. Deve preferir influir em decisões e botar sua digital num programa importante do governo, quem sabe a implementação de sua proposta de tirar devedores do SPC. Ou até a indicação de outros nomes para a Esplanada, como o do irmão Cid, que poderia voltar ao Ministério da Educação, que ocupou no governo Dilma.
São especulações ainda muito remotas, até porque há uma dura, incerta e difícil campanha de segundo turno pela frente, na qual o apoio de Ciro Gomes a Fernando Haddad virou condição imprescindível.
POR HELENA CHAGAS
Ciro Gomes se reúne com seu grupo político nesta segunda, em Fortaleza, para discutir o apoio a Fernando Haddad no segundo turno. Políticos ligados ao candidato do PDT não têm dúvida de que esse será o caminho, mas não sabem ainda como, quando e em que circunstâncias esse apoio será acertado e anunciado.
Ciro sabe que pode ser hoje o mais importante eleitor de Haddad. Embora não seja o dono absoluto dos votos que recebeu no primeiro turno – como ninguém é -, tem consciência do estrago que produziria se anunciasse neutralidade na disputa entre Haddad e Jair Bolsonaro.
O petista chega ao segundo turno em clara desvantagem numérica, e uma vingança de Ciro pela rasteira que sofreu do PT quando tentou fazer aliança com o PSB, e terminou isolado, seria fatal. Seu apoio a Haddad pode não garantir a vitória, mas é fundamental para chegar a ela.
O PT também sabe disso e, nas últimas horas, vem conversando sobre a melhor estratégia para se reaproximar de Ciro depois das escaramuças da campanha. Caciques do partido lembram seu comportamento no último debate, em que fez duras críticas a Bolsonaro, como um indicativo de que haverá conversa agora. Mas sabem que a muitas arestas a aparar e temem que Ciro, lá com sua razão, vá se fazer um pouco de difícil, quem sabe exigindo que o petista aceite propostas de seu programa e outras concessões.
Por isso, embora a interlocução entre a turma de Ciro e o PT jamais tenha sido interditada, e representantes de um e de outro estejam se falando com certa frequência, esta será uma missão para o próprio Haddad e, quem sabe, para o ex-presidente Lula.
Os aliados de Ciro acreditam que ele não aceitaria um ministério num hipotético governo Haddad que viesse a ser eleito com seu apoio. Deve preferir influir em decisões e botar sua digital num programa importante do governo, quem sabe a implementação de sua proposta de tirar devedores do SPC. Ou até a indicação de outros nomes para a Esplanada, como o do irmão Cid, que poderia voltar ao Ministério da Educação, que ocupou no governo Dilma.
São especulações ainda muito remotas, até porque há uma dura, incerta e difícil campanha de segundo turno pela frente, na qual o apoio de Ciro Gomes a Fernando Haddad virou condição imprescindível.
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