Só falta um cadáver...
Chagas: e podem conseguir um até outubro
publicado
30/04/2018

Marca de um dos tiros disparados contra o
Acampamento Marisa Letícia, em Curitiba, na madrugada do sábado 28/IV
(Crédito: Gibran Mendes/Fotos Públicas)
De Helena Chagas, no blog Os Divergentes:
Sempre odiei os arautos do caos, os profetas da catástrofe, as
cassandras – como se dizia antigamente – que ficavam vendo crises
institucionais e golpes em cada esquina. Estão quase sempre errados,
ainda bem, e podemos dormir tranquilos porque a nossa democracia é
forte. Que Deus nos ouça. Só que, a esta altura do campeonato, depois
dos tiros disparados contra o acampamento da turma do Lula em Curitiba, e
de alguns outros sinais de radicalização daqui e dali, não há como
evitar certa inquietude.
Parece que alguém está querendo um cadáver, e pode ser que, até
outubro, consiga. Algo está muito errado na hora em que a política
começa a ser feita com tiros – e esta não foi a primeira vez nos
últimos tempos, se lembrarmos dos ataques à caravana lulista há algumas
semanas. Os tiros paranaenses deste fim de semana feriram uma pessoa
gravemente e uma outra de forma mais leve. Ninguém morreu, ainda bem, e
se as investigações seguirem o roteiro habitual não se saberá de onde,
nem de quem, partiram os disparos. A vida seguirá até o próximo ato.
Há poucas dúvidas de que haverá um próximo ato, sabe-se lá onde e contra quem. De repente, temos a sensação de estar dentro de um paiol de pólvora, com todas as autoridades e instituições junto. E agora?
As autoridades da Lava Jato e do Judiciário perceberam que prender o ex-presidente da República e maior líder de massas da história recente não foi exatamente um passeio. Sobretudo num momento em que tantos outros, acusados de crimes envolvendo importâncias milhares de vezes maiores e flagrados em cenas vexatórias ligadas a pacotes e malas de dinheiro e a contas no exterior, continuam livres e soltos. Agora, o pessoal de Curitiba não sabe bem o que fazer com Lula – que, encarcerado, continua liderando as pesquisas.
No paiol, surgem outros focos de incêndio. Num deles, o Judiciário se estapeia a ponto de deixar a platéia confusa. Enquanto os ministros do STF se agridem, o juiz da primeira instância se coloca abertamente contra a decisão de instâncias superiores, às vezes sem cumpri-las. O fim de semana trouxe também uma nota indignada do desembargador Ney Bello, do TRF1, criticando o juiz Sergio Moro por se negar a cumprir habeas corpus por ele concedido suspendendo a extradição do empresário português Raul Schimidt.
Tão grave quanto gente levando tiros a esmo em acampamentos, juízes trombando e descumprindo decisões superiores é o bate-bocas entre o presidente da República investigado por corrupção – e chamando as investigações de perseguição – e os delegados da Policia Federal. A instituição foi desmoralizada e ofendida por seu chefe maior, associações de delegados responderam duramente ao presidente e fica tudo por isso mesmo.
Sem querer parecer cassandra nem dar razão aos catastrofistas que tanto detesto, isso não é normal…
Há poucas dúvidas de que haverá um próximo ato, sabe-se lá onde e contra quem. De repente, temos a sensação de estar dentro de um paiol de pólvora, com todas as autoridades e instituições junto. E agora?
As autoridades da Lava Jato e do Judiciário perceberam que prender o ex-presidente da República e maior líder de massas da história recente não foi exatamente um passeio. Sobretudo num momento em que tantos outros, acusados de crimes envolvendo importâncias milhares de vezes maiores e flagrados em cenas vexatórias ligadas a pacotes e malas de dinheiro e a contas no exterior, continuam livres e soltos. Agora, o pessoal de Curitiba não sabe bem o que fazer com Lula – que, encarcerado, continua liderando as pesquisas.
No paiol, surgem outros focos de incêndio. Num deles, o Judiciário se estapeia a ponto de deixar a platéia confusa. Enquanto os ministros do STF se agridem, o juiz da primeira instância se coloca abertamente contra a decisão de instâncias superiores, às vezes sem cumpri-las. O fim de semana trouxe também uma nota indignada do desembargador Ney Bello, do TRF1, criticando o juiz Sergio Moro por se negar a cumprir habeas corpus por ele concedido suspendendo a extradição do empresário português Raul Schimidt.
Tão grave quanto gente levando tiros a esmo em acampamentos, juízes trombando e descumprindo decisões superiores é o bate-bocas entre o presidente da República investigado por corrupção – e chamando as investigações de perseguição – e os delegados da Policia Federal. A instituição foi desmoralizada e ofendida por seu chefe maior, associações de delegados responderam duramente ao presidente e fica tudo por isso mesmo.
Sem querer parecer cassandra nem dar razão aos catastrofistas que tanto detesto, isso não é normal…
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