sexta-feira, 21 de junho de 2013

MEGAEVENTOS: OS CUSTOS DAS DOZES ARENAS E OS CUSTOS DO COMPLEXO ESPORTIVO

MEGAEVENTOS: OS CUSTOS DAS DOZE ARENAS E OS CUSTOS DO COMPLEXO ESPORTIVO EDUCACIONAL DA UFBA
Por: Celi Nelza Zulke Taffarel

Faltam 1.146 dias para a abertura dos JOGOS OLIMPICOS de 2016 no Rio de Janeiro/Brasil. Até lá veremos muitos recursos públicos sendo mal empregados, sem priorizar o que é vital para a classe trabalhadora como é a infraestrutura de transporte não somente de pessoas, mas dos bens produzidos, como os alimentos, e que precisam ser distribuídos neste vasto pais. Sem priorizar saúde, segurança, educação. Veremos neste ínterim entre Copas e Olimpíadas  os recursos públicos sendo transferidos para interesses privados.
Vejamos o caso das 12 Arenas para Megaeventos. A Carta endereçada a presidente Dilma Rousseff pelo Jornalista Cosme Rimoli (Jornal da Tarde - http://blogdocosmerimoli.blog.uol.com.br/)  apresenta dados do montante aplicado em cada uma das 12 Arenas. (Ver as doze Arenas no sitio http://pt.fifa.com/worldcup/destination/stadiums/index.html) .
A estimativa inicial era que os estádios custariam 5,4 bilhões, já foram aplicados aproximadamente 7,1 bilhões e provavelmente isto vai aumentar até 2014. O Custo de cada Arena, que provavelmente ficará ociosa, visto que os dados demonstram que o público pagante em campeonatos é bem menor do que comporta os estádios, gira em torno de 1,5 bilhão. Somente a Arena Fonte Nova, na primeira capital do Brasil (Salvador) conforme nos alerta Rimoli, computados os negócios fechados, “...custou a bobagem de R$ 2,2  bilhões. Sim, a obra saiu por R$ 591,7milhões. Mas o consórcio que administrará o estádio foi ousado.  Pediu como contrapartida R$ 103 milhões por 15 anos. Somados os valores se chega ao estádio mais caroda Copa.”  
Sim, temos em Salvador a Arena mais cara das 12 construídas. Justo na cidade, no Estado, onde a UFBA – Universidade Federal da Bahia-, não tem sequer um Complexo Esportivo Educacional para atender seus aproximadamente 40 mil estudantes, 7 mil técnico-administrativos, 4 mil professores e uma população que soma na Região Metropolitana 3, 5 milhões de habitantes e no Estado da Bahia 14,1 milhões de habitantes.
Seriam necessário somente 1/5 do custo de um estádio para construir o Complexo Esportivo Educacional da UFBA que teria um estádio com arquibancadas, com setores para as praticas das modalidades atléticas, com parque aquático, com três piscinas e setor de saltos, um ginásio com três pavimentos – uma para esportes de    quadra, outro para as modalidades ginásticas e atividades circenses, dança e outro  para as lutas-. Um módulo de aulas, laboratórios, auditórios, enfim espaços e equipamentos para realização de eventos técnico-científicos e culturais. Instalações com refeitório, restaurante e alojamento para estudantes, professores, atletas, enfim para as pessoas envolvidas em atividades de ensino, pesquisa e extensão vindas de outras regiões para participar de eventos. Além disto um moderno módulo de gestão e administração de programas e projetos para a população em geral. Um espaço para o ensino e a pesquisa de qualidade no interior da UFBA. Um espaço multifuncional aberto ao público.
Pois bem, isto não consegue se materializar mesmo estando no Conselho Superior da UFBA uma proposta concreta para abrirmos um INSTITUTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA, ESPORTE E LAZER (IEFEL) ou INSTITUTO DE CIÊNCIAS DO ESPORTE (ICE) e construirmos o COMPLEXO ESPORTIVO EDUCACIONAL, patrimônio, legado, que beneficiaria, milhões de pessoas por muitos e muitos anos. A construção do Complexo Esportivo Educacional da UFBA viria suprir uma deficiência de mais de 30 anos. A UFBA tem curso de Educação Física e não tem instalações esportivas condizentes. Duas gerações de professores de Educação Física da UFBA estão se aposentando sem terem nunca tido condições dignas para desenvolverem seu objeto de estudo , pesquisa e extensão a cultura corporal.
Enquanto isto bilhões de reais são empregados, transferidos para a iniciativa privada. Enquanto isto não conseguimos 100 milhões que é o custo aproximado deste grande e útil empreendimento esportivo educacional na UFBA para servir a população de Salvador, Bahia, Nordeste, Brasil.
Repito mais uma vez, em última instância o que determina a situação é a economia politica capitalista. A lógica do capitalismo que estrutura a produção de bens com base na propriedade privada, que aliena trabalhador do fruto de seu trabalho, que sustenta a sociedade em classes sociais e que limita o acesso aos bens produzidos pela própria classe trabalhadora. O exemplo na Copa das Confederações da FIFA é claro. O acesso está sendo negado, não somente ao interior do Estádio mas as aproximações em dias de jogos da copa.

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