domingo, 7 de setembro de 2025

XINGU EM DISPUTA: UM MERGULHO NO RIO APÓS BELO MONTE

 

Olá,

O que você pensa quando ouve o nome “Belo Monte”? É possível que, de imediato, te venha a imagem daquela usina hidrelétrica gigantesca, a segunda maior do Brasil e uma das maiores do mundo. Ou talvez você se lembre de toda a polêmica que envolveu essa obra caríssima, desde o início questionada por seus impactos ambientais e suposto custo-benefício. 

Era nisso tudo que eu também pensava ao ouvir esse nome. Até ir para a Volta Grande do Xingu, trecho ao longo de cerca de 130 quilômetros do rio, depois da cidade de Altamira. Lá, aprendi que, muito antes de batizar a usina, Belo Monte é o nome de uma comunidade nas margens do rio, famosa pelo seu peixe frito. 

“Muita gente pensa que Belo Monte é o nome da hidrelétrica. Mas não. A hidrelétrica roubou o nome da nossa comunidade”, me contou a pescadora Sara Rodrigues Lima. Sara é a beiradeira – a forma com que muitos ribeirinhos se autointitulam na Amazônia. Ela nasceu já tomando banho no Xingu, começou a aprender a pescar aos cinco anos de idade e nunca mais parou. Vive sua vida colada no rio. Por isso, ela prefere outros nomes para se referir à usina de Belo Monte.

“Aquilo dali não é chamado de Belo Monte. É chamado sabe de quê? De monstro. De devorador”. 

Desde que barrou as águas do Xingu, há quase uma década, a hidrelétrica devora parte das águas que antes corriam, em grande volume, até a comunidade de Belo Monte. As consequências desse barramento perduram até hoje, principalmente para beiradeiros e indígenas.


São eles que, há anos, vem denunciando os impactos ambientais, sociais e culturais provocados pela usina que, em nome do “desenvolvimento”, transformou seus mundos. São eles também que protagonizam duas iniciativas inéditas no país para recuperar o Xingu e, com ele, seus modos de vida. 

São denúncias urgentes, já que, neste momento, o Ibama está analisando se renova, ou não, a licença de operação da hidrelétrica de Belo Monte. Por isso, quero te convidar para escutar o mais novo podcast da Pública: 
Xingu em Disputa, que já está disponível em todas as plataformas de áudio. 

🎧 Clique aqui e ouça agora!

No podcast, viajamos para Altamira e ouvimos diretamente dos moradores da região relatos de perdas e violências, mas também das lutas coletivas daqueles que resistem por outros jeitos de estar no mundo.

Esse podcast só foi possível graças ao apoio dos nossos Aliados, aqueles que acreditam no 
poder do jornalismo que vai até onde as histórias estão acontecendo para ouvir quem está na ponta. 

Se você também vê importância nesse trabalho, clique aqui e junte-se a nós para que a gente possa continuar trazendo denúncias que precisam ser conhecidas. 

Um abraço,

Isabel Seta
Repórter da Agência Pública

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