quarta-feira, 17 de setembro de 2025

BOLSONARO CONDENADO: UM DIA HISTORICO PARA A DEMOCRACIA

 

Hoje, o Brasil escreve um capítulo histórico: a primeira turma do Supremo Tribunal Federal votou pela condenação de Jair Messias Bolsonaro por organização criminosa. A corte ainda julga outros crimes relacionados à tentativa de golpe de Estado.

Em retrospectiva especial, a Agência Pública relembra os fatos e imagens que, desde 2018, mostram o caminho do quarto ex-presidente do Brasil condenado desde a redemocratização.

Sua trajetória foi marcada por crises sucessivas, ataques à democracia e violações de direitos humanos. Mais do que os fatos que levaram à sua condenação pelo STF, o impacto de sua atuação política deixou marcas no país que não podem ser esquecidas. Relembre:
  • Na pandemia de Covid-19, o governo Bolsonaro adotou postura contrária às orientações da OMS, minimizando a gravidade da doença, com críticas infundadas às medidas de isolamento, com a defesa de reabertura do comércio e uso de cloroquina. Frases como “E daí? Não sou coveiro” e “Todos vamos morrer um dia” tornaram-se símbolos de seu desprezo diante do avanço da pandemia. A crise levou a denúncias na Corte Penal Internacional, acusando o presidente de crimes contra a humanidade. Ao longo do governo, Bolsonaro e aliados também atacaram imprensa e jornalistas, intensificando tensões políticas e preocupações com a democracia.
     
  • A política ambiental do governo Bolsonaro foi de devastação e negacionismo. Em 2019, dados do Inpe apontaram índices recordes de focos de incêndio, o que levou o presidente a questionar publicamente as informações e acusar o então diretor do instituto, Ricardo Galvão, de agir de forma “mentirosa”. Galvão reagiu, defendendo a autonomia científica, e acabou demitido. Em 2020, durante a reunião ministerial de 22 de abril, o ministro Ricardo Salles afirmou que era preciso aproveitar a atenção gerada pela pandemia e "ir passando a boiada" de reformas de desregulamentação na área de meio ambiente. Desde então, o governo modificou centenas de normas e portarias em diversas instâncias com efeito direto no meio ambiente. Ao menos 606 normas com impacto ambiental entre abril e dezembro de 2020 foram modificadas.
  • Em 18 de julho de 2022, o presidente Jair Bolsonaro convocou embaixadores estrangeiros para uma reunião no Palácio da Alvorada, fora da agenda oficial, com o objetivo de questionar a segurança das urnas eletrônicas brasileiras. Durante o encontro, Bolsonaro apresentou um PowerPoint com alegações infundadas sobre o sistema eleitoral, incluindo vídeos descontextualizados e informações já desmentidas pela Justiça Eleitoral. A Procuradoria-Geral da República (PGR) posteriormente considerou o evento como parte de um plano para permanecer no poder, independentemente do resultado das urnas. 
     
  • Dois dias antes da posse de Lula, Bolsonaro viajou para os EUA e não participou da cerimônia de transmissão da faixa presidencial. Em 8 de janeiro de 2023, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro invadiram e depredaram os prédios do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal em Brasília. O ataque teve como motivação as alegações falsas de fraude eleitoral nas eleições de 2022 e foi considerado um dos momentos mais graves de crise institucional da história recente do Brasil. A Pública inclusive revelou que os ataques foram combinados pelas redes sociais usando o código “Festa da Selma”, termo mencionado pelo ministro Alexandre de Moraes em seu voto.
Durante todo esse período, nós estivemos na linha de frente, conectando fatos, revelando documentos e expondo esquemas. Mas essa história não termina aqui. Ainda há muito a investigar, muitos poderosos a questionar e muitos capítulos da história do Brasil a escrever. E com a democracia fortalecida, sempre.

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Um abraço,

Marina Dias
Diretora de comunicação da Agência Pública

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