Não há mundo sustentável com fome e desigualdadeExperimente comparar o mapa dos maiores emissores de carbono do mundo com aquele que aparece no relatório da ONU sobre a fome, divulgado durante a reunião do G20 no Rio de Janeiro.
Nos dois casos, o cenário é de alta, mas os protagonistas são praticamente opostos, com o Norte Global liderando as emissões que provocam as mudanças no clima enquanto a fome vigora na parte de baixo do mapa.
A receita para enfrentar a emergência climática também tem seguido caminhos diferentes. Resumidamente: tecnologia verde para o Norte e preservação da natureza para os países do Sul, onde está a maior parte dos recursos naturais, majoritariamente explorados por corporações com origem nos países desenvolvidos.
O consumo desses recursos é seis vezes maior nos países de alta renda média do que naqueles de baixa renda, de acordo com o Panorama de Recursos Naturais divulgado na Assembleia de Meio Ambiente da ONU, em março deste ano.
Claro que também os países em desenvolvimento têm que se adequar às exigências frente ao colapso do clima. Até porque esse impacto é maior sobre os mais pobres (e que menos lançam gases estufa) e representa risco de morte de culturas ancestrais e modos de vida em harmonia com a natureza em biomas fundamentais para o clima, como a Amazônia. |
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