Neste domingo (31), em São Paulo e em outras capitais, os bolsonaristas, intervencionistas, militaristas, ultranacionalistas e olavistas encontraram um contraponto para sua sandice. Na avenida Paulista, para onde tem se dirigido algumas centenas de bolsonaristas todos os domingos, contrariando as recomendações sanitárias e de isolamento em tempos de pandemia, um outro grupo se fez presente: os dos que se levantam contra pleitos antidemocráticos e contra o autoritarismo.
A Polícia Militar de São Paulo mostrou de que lado está – o que de resto não pode ser surpresa para ninguém -, atirando bombas nos antifascistas e deixando livres aqueles que carregavam bandeiras ultranacionalistas e pediam o fechamento do Congresso Nacional.
De qualquer maneira, a mensagem ficou clara. Há, no Brasil, com pandemia ou sem ela, quem se levante contra os que investem contra a democracia. Veja, abaixo, imagens deste domingo na avenida Paulista, da fotógrafa Thais Haliski
Polícia atira bombas em manifestantes antifascistasPolícia investiga se confusão começou por causa de bandeira ultranacionalista, mas só atirou bombas nos antifacistasPela primeira vez desde o início da pandemia, bolsonaristas foram confrontados na PaulistaMomento em que militante bolsonarista ultrapassa bloqueio policial e dá início a confusão com antifascistasA PM só cuidou de reprimir os manifestantes antifascistasMilitante antifascista tenta dialogar com policialBolsonaristas mostram seu amor pelo mitoCidadão de bemPoliciais se preparam para reprimir ato antifascistaAvenida Paulista após repressão da PM ao ato antifascista
Polícia investiga se manifestante com bandeira ultranacionalista ucraniana iniciou confusão na Paulista
Mulher encara sozinha a Tropa de Choque na Paulista e é agredida em protesto antifascista. Foto: Reprodução/YouTube
A Polícia Militar de São Paulo está apurando as origens da confusão ocorrida neste domingo (31) na avenida Paulista foi gerada por um manifestante que carregava uma bandeira relacionada a grupos ultranacionalistas e anticomunistas ucranianos, que se encontrava com junto com os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que ocupavam parte da avenida.
A suspeita é de que os dois grupos que estavam no local, bolsonaristas e antifascistas, tenha dado início a um confronto após uma provocação que teria sido feita pelo manifestante com a bandeira, que, segundo a embaixada ucraniana no Brasil, se trata de um símbolo que remonta ao Século 10 e a ordens religiosas de então.
Atualmente, a bandeira é o símbolo do Pravyy Sektor (Setor Direito), partido político ucraniano de extrema direita ultranacionalista. Ele foi criado em novembro de 2013, como confederação paramilitar de várias organizações nacionalistas.
Bolsonaristas na Paulista carregam bandeira do Pravyy Sektor, grupo extremista da Ucrânia. Foto: Reprodução/Twitter
Segundo o coronel Álvaro Camilo, secretário-executivo da PM, informações preliminares foram passadas por policiais militares que atuaram na manifestação dando conta de um homem empunhando a bandeira e se dirigindo provocativamente aos manifestantes contrários. A partir daí, teria tido início uma briga generalizada, e PM teria agido para restaurar a ordem no local. De acordo com o coronel, essas informações ainda serão melhor apuradas.
Curiosamente, conforme se pode ver em dezenas de vídeos disponíveis em sites de imprensa e redes sociais, a PM só atirou bombas nos manifestantes antifascistas, permitindo que a manifestação bolsonarista continuasse normalmente. Em um dos vídeos, é possível ver o momento exato em que um policial militar agride um manifestante antifascista sem qualquer motivo aparente, dando, ali sim, início à repressão da PM a um só dos atos que aconteciam na avenida. Veja:
De qualquer forma, também é possível ver, em outro vídeo, um manifestante bolsonarista, de roupas militares e portando a tal bandeira, indo de encontro aos antifascistas, em evidente atitude de provocação. Assim, é possível que a violência contra um dos lados da manifestação por parte da PM tenha tido dois estopins, e não um só. Veja:
Só o que nenhum vídeo mostra é alguma imagem que comprove a versão da PM ou a do governador João Doria, de que a PM foi atacada com pedras antes de começar a atirar bombas, ou que a PM agiu para garantir a integridade física de todos.
VÍDEO – Bolsonarista com bandeira dos EUA é questionada por portar um taco de beisebol: “não é da sua conta”
Bolsonarista com bandeira dos EUA é questionada por estar com taco de beisebol: “não é da sua conta”. Foto: Reprodução/Twitter
O vídeo é da agência Democratize.
Segundo a PM, a mulher foi presa junto com outros manifestantes da Avenida Paulista.
VÍDEO – Para CNN Brasil, mulher para na frente da barreira da PM e é “contida” com gás de pimenta
Publicado em 31 maio, 2020 5:17 pm
Mulher encara sozinha a Tropa de Choque na Paulista e é agredida em protesto antifascista. Foto: Reprodução/YouTube
Na tentativa de passar pano para o governo Bolsonaro e os bolsonaristas, a CNN Brasil é incapaz de chamar uma repressão da Polícia Militar de repressão.
VÍDEO – CNN chama início da repressão da PM de “torcidas organizadas em conflito”
Publicado em 31 Maio, 2020 5:15 pm
CNN perdida na transmissão. Foto: Reprodução/Twitter
Perdida na hora de legendar a transmissão ao vivo, a CNN Brasil chamou o começo da repressão da PM de “torcidas organizadas em conflito”. E, a todo momento, lembrou que os antifascistas vestiam preto.