quinta-feira, 3 de janeiro de 2019

Ministro da Educassão acredita na conspiração do "Marxismo Cultural"

Brito: política de alfabetização voltará ao "Ivo viu a uva"
publicado 03/01/2019
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Ricardo Vélez Rodríguez em sua posse, na tarde do dia 2/I (Créditos: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

Da Fel-lha:

Vélez exalta igreja e família e diz que MEC vai combater marxismo cultural


Ao tomar posse como ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez exaltou em discurso a família, igreja e valores tradicionais e disse que a pasta vai "combater com o marxismo cultural" na educação.

Falou ainda do orgulho de ter em sua equipe pessoas influenciadas pelos escritores Olavo de Carvalho, guru da direita e quem o indicou a Bolsonaro, e Antonio Paim. Não citou nenhum educador.

Na cerimônia, ocorrida na tarde desta quarta-feira (2), Rodriguez disse que o MEC vai priorizar a educação básica, sobretudo a alfabetização, mas não deu detalhes sobre como fazer isso — a não ser ao investir no argumento de que a suposta ideologização de esquerda seria a raiz dos problemas da área. (...)
Em tempo: por Fernando Brito, em seu Tijolaço:

De volta ao be-a-bá…


(...) diz a Folha (...) que a área de alfabetização será entregue a Carlos Nadalim, coordenador da escola “Mundo do Balão Mágico”, de Londrina, Paraná, pertencente a sua família.

E como fez o senhor Nadalim para voar a estas alturas?

Tornou-se discípulo de Olavo de Carvalho na área de educação, ode o astrólogo-pedagogo decretou que “tem que voltar ao velho método fônico, beabá, como era nos anos 60, 70”.

Ou seja, 50 anos de aprendizado da pedagogia devem ser jogados fora e regressaremos ao “Ivo vou a uva” e “Eva viu o ovo”, enquanto os meninos assistem ao YouTube e jogam no celular.

Ainda bem que minha mãe, alfabetizadora durante mais de 20 anos e depois orientadora de educação, já se foi, para não ir chorar junto do livros de Jean Piaget que tanto amava, para ver de volta a exclusividade da silabação que é inevitável, mas não é suficiente.

(...) Todos repetirão incansavelmente o ba-be-bi-bo-bu, como estreia para uma educação que só fará reproduzir, de forma estática, nas silabas, palavras e ideias.

Bem, parece mesmo que aprender a pensar virou “marxismo cultural”.

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