terça-feira, 29 de janeiro de 2019

Folha e Globo se cansaram do esconde-esconde de Flávio

E aí, Moro? Não vem ao caso?
publicado 22/01/2019
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O Conversa Afiada reproduz editorial dos exemplares piguentos da Fel-lha e da Globo Overseas (empresa que tem sede na Holanda para lavar dinheiro e subornar agentes da FIFA com objetivo de ter a exclusividade para transmitir os jogos da seleção):

Esconde-esconde


Ganharam corpo nos últimos dias as suspeitas em torno da movimentação financeira do senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) e de Fabrício Queiroz, que era seu motorista até outubro passado.

O primeiro relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) sobre as contas de Queiroz, que veio à tona em dezembro, apontou R$ 1,2 milhão em saques e depósitos incompatíveis com suas atividades conhecidas.

Na última sexta-feira (18), soube-se que o Coaf também tem razões para desconfiar de Flávio. Segundo o órgão, o filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro (PSL) recebeu R$ 96 mil em dinheiro em junho e julho de 2017. Foram 48 depósitos de R$ 2.000, em cinco dias, num caixa eletrônico.

No fim de semana, o jornal O Globo noticiou que o Coaf encontrou R$ 7 milhões nas contas de Queiroz, entre 2014 e 2016.

A maneira como Flávio e seu ex-assessor reagiram a essas revelações contribuiu pouco para esclarecer a origem dos recursos que movimentaram, mas serviu para aumentar a estranheza do caso.

Chamado pelo Ministério Público do Rio para depor, Queiroz faltou em duas ocasiões, citando a necessidade de tratar um câncer. Antes de se internar, concedeu breve entrevista em que deixou a maioria das perguntas sem resposta.

Flávio, por sua vez, recorreu ao Supremo Tribunal Federal para travar as investigações, no que foi atendido pelo ministro Luiz Fux.

Numa série de entrevistas a emissoras de televisão, Flávio atacou os promotores que o investigam e disse que as transações financeiras estão associadas a negócios com um apartamento no Rio, que ele comprou na planta e depois vendeu.

Flávio aceitou que o comprador pagasse uma parcela em dinheiro e diz ser esta a explicação para os intrigantes depósitos de 2017. Faltou esclarecer por que preferiu fazê-los picados se poderia ter depositado tudo de uma vez só no caixa do banco, ou buscado formas mais simples para receber os valores.

Também soou pouco convincente sua justificativa para a corrida ao STF, onde ganhará direito a foro especial depois que assumir o mandato de senador, em fevereiro.

Flávio diz ser alvo de perseguição, mas o tribunal já deixou claro que a prerrogativa dos congressistas se restringe a atos praticados no exercício do mandato. Parece evidente que seu objetivo no Supremo é apenas ganhar tempo.

É uma estratégia perigosa, que prolonga o desgaste e aumenta o embaraço para o governo de seu pai —por mais que o vice-presidente, Hamilton Mourão, diga que uma coisa nada tem a ver com a outra.

O melhor para o país seria que Flávio parasse de apostar na confusão e oferecesse explicações consistentes para a origem e as andanças dessa dinheirama.

Flávio Bolsonaro precisa esclarecer tudo com rapidez


À medida que o tempo foi passando, o chamado caso Queiroz, com muitos indícios de ser um golpe da “rachadinha”, típico do baixo clero parlamentar, cresceu e, como era previsto, atingiu o titular do escritório em que assessores cediam parte de seus salários, sendo o ex-policial militar o arrecadador do dinheiro.

E assim, o deputado estadual Flávio Bolsonaro, enquanto se preparava para trocar o escritório na Assembleia fluminense (Alerj) por um gabinete no Senado, foi surpreendido pela notícia, de “O Estado de S.Paulo”, de que Fabrício Queiroz, seu assessor, e vários outros de mais de 20 deputados da Alerj caíram na malha do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), por realizarem operações bancárias atípicas. Relatórios do Coaf fazem parte das investigações conduzidas pela Operação Furna da Onça, da PF e do Ministério Público estadual, sobre corrupção na Assembleia.

A história não parou de ganhar importância, a ponto de passar a ser real ameaça à imagem do governo do pai de Flávio, eleito pelo voto do cansaço com as traficâncias do PT e aliados e de esperança nas promessas de combate firme à corrupção feitas por Jair Bolsonaro. Inclusive de não pactuar com delitos cometidos em seu entorno.

Contra o presidente nada surgiu até agora. Mas o R$ 1,2 milhão que passou pela conta de Fabrício em dois anos transformou-se, conforme revelou O GLOBO, em R$ 7 milhões em três anos, o que deu nova dimensão ao assunto. E, na sexta, o “Jornal Nacional” revelou que o Coaf também detectou 48 depósitos em favor de Flávio Bolsonaro, de R$ 2 mil cada, R$ 96 mil ao todo. O fracionamento costuma ser manobra típica de tentativa de ocultação.

O senador diplomado deu entrevista à “RedeTV!”, divulgada no domingo, em que explicou que os depósitos pulverizados se deveram ao fato de que o caixa eletrônico no qual foram feitos, na própria Alerj, estabelece limite por operação. E que o dinheiro provém da venda de um apartamento, da qual recebeu R$ 100 mil em dinheiro. O ex-atleta Fábio Guerra confirmou ontem o negócio fechado com Flávio.

Faltam mais explicações. Por exemplo, sobre divergências de datas entre a escritura do imóvel e os depósitos na conta de Flávio detectados pelo Coaf. E por que eles foram feitos em 48 parcelas, quando seria mais fácil usar o caixa normal.

O senador justifica o tamanho das cifras que transitaram pela sua conta por ser empresário e devido ao tal negócio imobiliário. Ele garante que tem como afastar suspeitas sobre o fluxo de sua conta bancária. Deveria, então, depor logo ao MP. Também porque seu pedido para que se valha do foro especial de senador não deverá prosperar.

Flávio Bolsonaro deveria ser o primeiro a não querer que este caso se alongue e comece a desidratar politicamente o governo, às vésperas de negociações-chave no Congresso para viabilizar a reforma da Previdência.
Em tempo: esse Bessinha... Tá pedindo uma condução coercitiva. Lá isso é hora de se lembrar do "momento ternura" do Moro com Mineirinho na festa da QuantoÉ? - PHA

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