Economia solidária: a história de resistência de Lourdes Marchi
dom, 28/01/2018 - 16:58
Atualizado em 28/01/2018 - 17:23
Liderança ajudou a fortalecer clubes de troca e feiras no
Paraná: “A economia solidária parte do povo. A economia capitalista é do
patrão, que manda em tudo, vai pegando tudo para si, e o povo fica a
ver navios”

Foto: Carolina Goetten
Por Carolina Goetten
Aposentada, mas ativa, Lourdes Marchi ajudou a fortalecer a economia solidária no Paraná
Em Curitiba, uma das grandes lideranças da economia solidária é
dona Lourdes Marchi. Com 73 anos de idade e uma excelente memória, ela
se lembra de todas as datas marcantes de sua vida. E também preserva o
significado da economia solidária: para ela, os clubes de trocas são uma
forma de resistir à ditadura do dinheiro. Nesses clubes e feiras, cada
um leva o que tem ou o que produz para vender ou trocar por outros
itens.
Ela define a sociedade capitalista como um modelo que se opõe à
solidariedade. “A economia solidária parte do povo. A economia
capitalista é do patrão, que manda em tudo, vai pegando tudo para si, e o
povo fica a ver navios”. Foi na Colômbia que ela viveu a primeira
experiência com as trocas. “Fizemos assim: aquilo que a gente tinha,
fomos trocando uns com os outros. Sem moeda, sem nada”. Em Curitiba,
atualmente, há cinco desses clubes de troca em plena atividade.
Lar de memórias
Na casa de dona Lourdes, as prateleiras conservam os artesanatos e
as lembranças que ela reuniu em sua caminhada ao lado da economia
solidária. Há flores de tecido, pássaros esculpidos a mão, pequenas
esculturas cristãs. Até mesmo as contas de água, luz e telefone são
guardadas dentro de artesanatos reciclados. Com tecidos, tesouras e e
criatividade, caixas de leite se tornam objetos decorativos e garantem
renda a famílias carentes.
Dona Lourdes já viajou por todo o Brasil levando a bandeira de uma
economia mais justa, que alcance e proteja o povo. Hoje, aposentada,
continua acompanhando os movimentos solidários, mas se preocupa com as
dificuldades colocadas pelo governo de Michel Temer. “Essas reformas vão
agravar a crise e o desemprego. Esse presidente tirou todas as
políticas da economia solidária. Eu fico muito triste em ver isso tudo
que está acontecendo”, lamenta.
Para ficar por dentro
Em Curitiba, A Feira Permanente de Economia Popular Solidária
acontece das às quartas e sábado, às 8h às 17h, ao lado do terminal do
Portão.
Edição: Ednubia Ghisi
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