sábado, 25 de outubro de 2025

EXCLUSIVO: CHINA ESMAGA TARIFAÇO DE DONALD TRUMP

Exclusivo: China esmaga tarifaço de Donald Trump China demonstra como vale a pena investir em diplomacia ao invés de guerras Publicado em 24/10/2025 Compartilhe: TelegramWhatsAppTwitterFacebookLinkedInEmail Navio de carga no canal da Baía de Jiaozhou, China. Foto: Costfoto/Nurphoto/Getty Images A China derrotou de maneira impressionante o tarifaço imposto por Donald Trump. Os números do comércio exterior da alfândega chinesa, divulgados essa semana, revelam que o gigante asiático vem aumentando suas exportações, apesar das barreiras impostas pelos Estados Unidos. A corrente de comércio (exportação + importação) da China, em setembro de 2025, atingiu US$ 566,68 bilhões, marcando um aumento de 4,74% em relação ao mês anterior e um crescimento de 7,94% em comparação com o mesmo período do ano passado. Para uma análise mais aprofundada da evolução do comércio chinês, eliminando os ruídos da sazonalidade, a média móvel de 12 meses é a metodologia mais indicada. Nesse sentido, a corrente de comércio da China (soma de exportações e importações) atingiu uma média mensal de US$ 524,89 bilhões em setembro de 2025. O acumulado dos últimos 12 meses (outubro de 2024 a setembro de 2025) confirmou um recorde, totalizando US$ 6,3 trilhões. É notável que esses resultados foram alcançados mesmo com a significativa redução do comércio com os Estados Unidos, que atingiu o menor nível em décadas. Na média móvel de 12 meses, a participação da corrente de comércio da China com os EUA no total foi de 8,08%. A estratégia chinesa para contornar o tarifaço de Donald Trump incluiu o fortalecimento das relações comerciais com outros blocos econômicos. Em setembro, a corrente de comércio da China com os BRICS e a ASEAN cresceu, representando 10,11% e 15,91% do total, respectivamente. Em relação ao Brasil, especificamente, a nossa corrente de comércio com a China em setembro de 2025 atingiu 3,27% do total, marcando o aumento expressivo da participação brasileira no comércio total chinês. As exportações brasileiras de carne e café para a China apresentaram um excelente desempenho em setembro, contribuindo para que o Brasil também superasse as agressões tarifárias impostas pelos Estados Unidos. Em setembro de 2025, a China importou 143,12 milhões de dólares em café, representando um aumento impressionante de 119,11% em relação a setembro de 2024, quando havia importado 65,32 milhões de dólares. Da mesma forma, as importações de carne bovina congelada atingiram 1,6 bilhão de dólares, um crescimento robusto de 72,93% comparado aos 962,09 milhões de dólares importados no mesmo mês do ano anterior. Esses números, considerando produtos de todas as origens e não apenas do Brasil, refletem a dinâmica do comércio chinês com o mundo. Receba os destaques do dia por e-mail Cadastre-se no AEPET Direto para receber os principais conteúdos publicados em nosso site. Nome Sobrenome E-mail Telefone / WhatsApp Ao clicar em “Cadastrar” você aceita receber nossos e-mails e concorda com a nossa política de privacidade. As importações chinesas de petróleo, contudo, têm apresentado queda. Em setembro de 2025, o volume importado foi de US$ 23,83 bilhões, uma redução de 7,50% em relação a setembro de 2024, quando havia importado 25,76 bilhões de dólares. Esse movimento pode indicar o início de uma transição energética no país, impulsionada pelo aumento da produção interna de energia limpa, como a nuclear, eólica e solar. Em 2024, a China adicionou 300 GW de capacidade de energia renovável, representando 50% da nova capacidade global. A União Europeia (UE) mantém-se como uma parceira comercial relevante para a China, respondendo por 12,92% da corrente de comércio chinesa na média móvel de 12 meses. Considerando apenas as exportações chinesas, setembro de 2025 também se destacou como o melhor mês da história do país, com US$ 328,57 bilhões em vendas. Esses números demonstram que os Estados Unidos, ao implementar o tarifaço, inadvertidamente impulsionaram a China a reduzir drasticamente sua dependência comercial do consumidor americano, e a diversificar sua clientela. As sanções tecnológicas, que visavam restringir o acesso chinês a semicondutores e chips avançados, também forçaram a China a desenvolver sua própria produção tecnológica interna. Notícias recentes indicam que o governo chinês orientou suas empresas a não mais adquirir chips da NVIDIA, a principal produtora de chips de IA dos Estados Unidos. O tarifaço punitivo e unilateral de Donald Trump contra a China, portanto, acelerou o processo de autonomia tecnológica do país. É relevante analisar os dados do comércio exterior chinês em relação à sua população e ao seu PIB. Contrariando a narrativa ocidental de que a China é um país excessivamente focado em exportações, a participação das exportações no PIB chinês é menor do que na Europa, e não muito diferente da de outros países do Sul Global. Em termos per capita, a corrente de comércio da China é de US$ 4.449, enquanto a da União Europeia (UE) é de US$ 19.777 e a dos EUA é de US$ 16.100. A participação das exportações no PIB da China é de 19,45%, inferior à da UE (22,86%), mas superior à dos EUA (6,92%). Acusar a China de exportar demais é, na realidade, uma posição preconceituosa. O Ocidente, representado pela UE e pelos EUA, pode exportar proporcionalmente muito mais à sua população do que a China. Essa crítica revela um duplo padrão, onde o Ocidente se permite exportar em escala muito maior per capita, enquanto questiona o desempenho comercial chinês. O grande trunfo da China reside nos investimentos contínuos em infraestrutura, educação, tecnologia e pesquisa científica nas últimas décadas. Essa abordagem tem impulsionado a produtividade de sua economia e de seus trabalhadores, além de proporcionar bem-estar à população. As elites políticas europeias, por outro lado, se submetem servilmente à propaganda imperial que serve unicamente aos interesses dos Estados Unidos. O resultado é que oferecem aos cidadãos europeus a retirada de direitos sociais para desviar recursos para uma indústria de guerra comandada pelos EUA. A Rússia, contrariamente à narrativa ocidental, não possui interesse, capacidade econômica, tamanho populacional, força militar ou motivação geopolítica para fazer guerra contra a Europa. Historicamente, foi a Europa que invadiu a Rússia, não o contrário. Não uma, mas duas vezes, com Napoleão e Hitler. A segunda força que oprime a Europa vem de sua própria elite política. A Europa possui um caminho alternativo. Deve restabelecer relações diplomáticas e comerciais com a Rússia, incrementar suas relações com a China e com a Ásia em geral, e estabelecer uma relação mais inteligente e menos colonial com a África, se juntando a China nos esforços para construir lá melhor infraestrutura e desenvolver a economia dos países africanos para que o continente se torne um mercado mais sofisticado para produtos e serviços europeus. Apenas através dessa reorientação geopolítica e comercial a Europa poderá recuperar sua autonomia, sua prosperidade e seu futuro. Essa falsa narrativa é apenas uma forma de enganar a população para que aceite cortes sociais e o aumento da desigualdade no continente. Enquanto isso, a China demonstra como vale a pena investir em diplomacia ao invés de guerras. Se os Estados Unidos e a Europa tivessem aplicado os trilhões de dólares despendidos nas guerras imperiais das últimas décadas em infraestrutura, como uma malha ferroviária de alta velocidade, suas empresas desfrutariam de maior produtividade e estariam muito mais instrumentalizadas para fazer uma competição saudável e pacífica com a China. Fonte(s) / Referência(s): O Cafezinho Jornalismo AEPET

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