domingo, 1 de setembro de 2024

6 PERGUNTAS SOBRE O FOGO EM SÃO PAULO

 

São Paulo pegou fogo. Literalmente. Quase 50 cidades em alerta. Duas mortes. 800 pessoas fora de suas casas. 15 mil pessoas trabalhando no combate às chamas. Prejuízos passando de R$ 1 bilhão.

São também os números que apontam os possíveis motivos por trás dessa realidade:

De um lado, a suspeita de que os incêndios possam ter sido intencionais. Dados que a Pública levantou apontam que houve um crescimento de focos de calor abrupto a partir das 13h da sexta-feira, dia 23, em vários pontos do estado.

Também revelamos que metade dos focos de calor registrados no dia com mais incêndios aconteceram dentro de fazendas privadas. 

Apuramos ainda que os responsáveis pelos crimes no “Dia do Fogo”, ocorrido no Pará em 2019, permanecem impunes até hoje. Os inquéritos inconclusivos foram arquivados no primeiro semestre de 2024.
 
Por fim, desde Brasília, revelamos que parlamentares da bancada ruralista usaram redes sociais para disparar notícias falsas acusando o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) de estar por trás dos incêndios florestais. 

“Levantar estas informações mobilizou mais de 10 pessoas, além de mim, que entrevistaram fontes, checaram números, bateram 4 textos que posteriormente foram editados, revisados e disponibilizados em todas as plataformas da Pública, como nosso site, podcasts e redes sociais. Tudo isso em um intervalo de 2 DIAS, entre 26 e 28 de agosto."

VALORIZE O NOSSO TRABALHO
Até o momento em que escrevo este texto, o governo de São Paulo já prendeu quatro pessoas. Uma delas, que teria atuado em conjunto ao crime organizado. Há até mesmo a suspeita de que os criminosos queriam prejudicar usineiros que teriam delatado esquemas de adulteração de combustíveis.

Nem as prisões, nem as suspeitas, contudo, respondem a pelo menos 6 dúvidas que nós, da Pública, queremos ainda responder:
  • Foi ação do crime organizado?
  • O que as facções têm a ganhar com isso?
  • Como o governo estadual, comandado por Tarcísio de Freitas, vai conduzir as investigações?
  • Se boa parte dos focos aconteceu em fazendas privadas, como atuaram os fazendeiros?
  • Sofrendo tantos prejuízos, como o setor agropecuário vai encarar as mudanças climáticas?
  • E com tanta gente afetada, como os políticos que disputam as eleições neste ano vão colocar a pauta climática nas suas propostas?

Nós, na Pública, vamos seguir investigando os incêndios em São Paulo, mas também em outras partes do país. E nossa cobertura eleitoral, pautada pelo clima, quer mostrar o quanto políticos estão se comprometendo com ações para prevenir e adaptar as cidades para resistirem a problemas como esses.

O seu apoio é fundamental para nos ajudar a responder a estas perguntas e para continuar executando o trabalho árduo e rigoroso que fizemos esta semana. Seja Aliado da Pública clicando aqui. Se preferir fazer uma doação pontual, faça um pix agora para contato@apublica.org. 
 
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Um abraço,

Bruno Fonseca
Chefe de redação da Agência Pública

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