quarta-feira, 10 de junho de 2015

DO FUTEBOL

POR CHICO ALENCAR *
Ontem, na audiência da Comissão do Esporte, repleta de parlamentares da ‘bancada da bola’, indaguei ao presidente da CBF sobre as comissões que teria recebido dos contratos entre a entidade e patrocinadores, dos quais participou, desde 2012.
Ele negou ter recebido um só centavo, reafirmando desconhecer qualquer irregularidade.
Indaguei sobre a aquisição de imóveis na Barra da Tijuca, em negócio com Walter Abrahão, do grupo Águia, que compra passagens para a CBF, nos moldes de transação imobiliária de Ricardo Teixeira, sob investigação.
Ele disse que foi tudo ‘normal’, e que não vê conflito de interesses.
Indaguei se ele, caso venha a ser investigado, ou identificado como o “conconspirador 12” do FBI, renunciaria.
Ele disse que só se fosse condenado, após todo o trânsito em julgado. 
Mas abriu uma brecha, “em tese, o que nunca é bom”: caso venha a ser investigado, “o que acredita que não ocorrerá, examinaria “na intimidade a situação”.
Lembrei que ele não está no comando do futebol brasileiro há “apenas 60 dias”, como repetia à exaustão, e sim desde 2012, pelo menos. 
Ricardo Teixeira, José Maria Marin e ele são sócios, parceiros, colaboradores e sucessores, e sempre jogaram no mesmo time. 
E que ele dizer agora que ‘desconhecia totalmente’ e ‘jamais imaginou’ qualquer indício dos ‘malfeitos’ que levaram seus sócios e parceiros, a quem sucede na CBF, à investigação e prisão, é como amigo de longa data que, vítima de amnésia, desconhece o ‘irmão’ de ontem…Ou prova cabal de incrível desatenção e irresponsabilidade…
Aguardemos as investigações.
*Chico Alencar é deputado federal pelo PSOL-RJ.

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